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terça-feira, 18 de abril de 2017

Qual o papel do líder de jovens acerca do “Baleia azul”



Esse jogo expõe as fragilidades, da juventude, da família e da igreja.

Sinceramente eu acredito que nunca a juventude esteve tão exposta e vulnerável quanto nesse tempo, se permitindo contato com jogos em que o principio é a negociação de suas vidas. Podemos discutir essa vulnerabilidade sob alguns pontos de vista, mas penso que um deles seja a fragilidade da família, o distanciamento dos pais, a dificuldade de dialogo, muito provavelmente porque cada dia que passa a comunicação se difere, ficando mais difícil acompanha-los. Os pais que se esforçam até começam a buscar na plataforma virtual esse "acompanhamento" mas quando eles começam a aprender novas formas vem a juventude mergulham em outras formas, sejam videos, e tudo que lhes mantenham distantes da interação com seus pais. O fato é que a família não consegue acompanhar esse avanço nas novas linguagens, e isso é um risco enorme. 

Somos de outro tempo, nós vimos a internet discada, eles já nasceram na banda larga. Nós tirávamos fotos nas festas e torcíamos para que nenhuma pose queimasse, eles postam imediatamente o que estão vivendo, e muitos nunca revelaram sequer uma foto física. 

Muitos pais estão nesse momento tentando buscar formas de recuperar o tempo e o espaço perdido, a sombra desse jogo maldito estão pedindo a Deus que lhes façam pegar seus filhos pelos braços de novo, tal como faziam quando eram bebes. Esse medo de perder para o suicídio tem apavorado muitas famílias, ninguém espera uma noticia dessa. E quando se voltam pra igreja buscando ajuda percebem que o máximo que conseguem são orações. Não que orar é pouco, alias, já é uma grande ajuda, mas penso que nossas igrejas deveriam propor soluções adequadas as suas condições, umas com possibilidades de terem em seu staff uma equipe de psicólogos, outras sem recursos deveriam se juntar e solicitar ajuda publica, com palestras e viabilizando atendimentos. Parece utopia mas não é, tem muitas igrejas se antecipando e buscando propor a sua membresia esse tipo de apoio. O fato que é essas são poucas, e esse assunto está a cada dia demandando mais ações dessa natureza, e a pergunta que faço é até quando vamos assistir como se nunca vai chegar a nossa vizinhança ou membresia? 

Nesse processo vejo o líder de jovens com uma importante função, a de refletir e pensar possibilidades para que sua juventude tenha acesso a conteúdo e cuidado nessa perspectiva.
 
Então, qual o papel do líder de jovens nesse processo? 
Como podemos ser relevantes numa questão tão complexa? 
Será que enquanto líder de jovens consigo entrar nessa peleja afim de resgatar os jovens envolvidos?

1. Ninguém entra nesse jogo se estiver de boa com a vida, o perfil dos jogadores são pessoas já de alguma forma afetadas psicologicamente. Então o jogo é mais uma das ações que facilitam o divorcio com a vida. Sendo assim é preciso falar sobre o mal contido no jogo mas entender que esse jovem propenso a entrar nesse jogo estão também nos bancos de nossos grupos de juventude, cantando nos corais, participando das iniciativas promovidas pela igreja, a questão é que estão passando abaixo do radar. Não podemos pensar somente no efeito, precisamos dialogar a causa, observar onde se rompeu nele o elo de confiança na família e na igreja. 

2. Entender que nosso papel esta muito alem a de um organizador de eventos, será preciso se debruçar mesmo sobre o assunto e perceber que talvez, em muitos casos, como disse Marcelo Gualberto, somos a ultima fronteira. Não acredito que seja possível olhar e perceber alguma afetação psicológica, os lideres de juventude não são treinados para esse fim, contudo é possível perceber algum sinal emitido por eles, ainda que esses sinais sejam quase imperceptíveis, eu creio que vocês não estão trabalhando sozinhos, o Espírito Santo de Deus caminha lado a lado com cada líder de jovens, afim de que sejam uteis para o reino, no interesse de parar toda e qualquer ideação suicida dos jovens sob nossa liderança.

3. Promovam ações que fortaleçam a comunhão, tornando os elos entre o grupo ainda mais sólidos. Conversem com a equipe, busquem formas de intensificar a interação, busquem o dialogo constante.

4. Avancem para o dialogo com os pais, quem sabe tentando acessar os lares. Muitas famílias precisam dessa aproximação mas não sabem como proceder. Nesse caso o líder de jovens é um elo importante de ligação entre os pais e o pastor da igreja. 

5. O baleia azul é um jogo, sua fase vai passar, mas o tema em questão é o suicídio, esse é o tema a ser tratado entre o grupo. Não tenha medo de travar esse dialogo, a ideia de que tocar no assunto poderá fomentar um pensamento suicida não existe, a ideação suicida é algo refletido, pensado e planejado. Se não se sentir seguro em dialogar esse tema busque ajuda, profissionais capacitados para esse debate, psicólogos podem ser acessados nas clinicas da família de sua região, e com um bom planejamento de data poderá ter o apoio desse profissional numa palestra em sua igreja. O que não podemos é deixar passar a oportunidade de confrontar a juventude com essa questão. O suicídio teve um aumento de 30% nos últimos 25 anos entre a juventude. Não se permita agir como se esse problema não é seu simplesmente porque seu grupo é muito bom. 

6. Creia que o seu grupo é saudável mas trabalhe como se tivesse entre eles potenciais suicidas. Leve o tema a serio e ore a Deus pedindo que lhe aponte iniciativas que poderiam levar o tema ao debate.

7. Planejem uma ação de que provoquem a possibilidade dos jovens acessarem conselheiros previamente orientados sobre essa questão. Recentemente fui demandado pela equipe do DEJAD RN, eles estão montando algo nesse sentido, e isso me fez buscar escrever algo nesse sentido. Tenho orado pedido a Deus uma estratégia e em breve vou postar aqui sugestão para essa iniciativa.

O que não podemos é avançar em nossa liderança e se imaginar dentro de uma bolha, acreditando que nenhuma dessas dores nos alcançará, afinal nosso grupo de jovens é uma benção! Se quisermos ser relevantes em nossa liderança será preciso enfrentar esses desafios, sabendo que estão lutando pelas vidas que silenciosamente caminham em direção a esse ou a qualquer outra malignidade que possa surgir encorajando-os ao suicídio ou outra terrível consequência.

Converse com sua equipe, seu pastor, seus mentores, os pais, formas de tratar esse assunto o mais rápido possível, se preparem para possíveis surpresas e avaliem em oração e com ajuda profissional as ações cabíveis em cada caso. Só não deixem o tempo resolver porque isso não ajuda. 

Que Deus nos abençoe, 
Jader Cruz
 

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